segunda-feira, 29 de junho de 2009

TURISMO E CIDADANIA


ELEIÇÕES AUTÁRQUICAS

Vão ter lugar em Outubro. Haverá Candidatos e serão apresentados Programas Políticos, pelos diferentes Partidos. Voto sempre e, habitualmente, branco. Mas, se algum Partido apresentar um Programa para Coimbra 2009-2013, que case bem democracia representativa e democracia participativa, pode vir a ter o meu voto. Particularmente, se não ignorar o Turismo e a Cidadania. Lerei os Programas e estarei atento à Campanha Eleitoral.

CONSELHO MUNICIPAL DE TURISMO

Os Conselhos Municipais inserem-se no conceito de Governança Municipal, em que a democracia representativa e a democracia participativa se cruzam, aconselhando o poder executivo a tomar as melhores decisões. Em Coimbra não existe um Conselho Municipal de Turismo, mas pode e deve passar a existir, porque faz imensa falta.

Importa sentar à mesma mesa os principais responsáveis pelos equipamentos turísticos da Cidade: Câmara, Universidade, Igreja Católica, Fundação Bissaia Barreto e Estado. Bem assim, as principais Associações empregadoras, como a Associação Comercial e Industrial, o Conselho da Cidade, como incubadora de Associações multidisciplinares e a União dos Sindicatos, como coordenadora socioprofissional.

Presidirá ao Conselho, naturalmente, o vereador respectivo da Câmara. O órgão executivo é a Empresa Municipal de Turismo. O regulamento do Conselho, para o que todos devem contribuir, é apresentado, para aprovação, à Assembleia Municipal.

O Conselho pode ter membros permanentes e membros não permanentes. Para além de representantes de colectivos pode ter a presença de individuais. As associações profissionais devem estar todas representadas e quem se sentir não representado deve pedir para passar a sê-lo.

Até Setembro de cada ano o Conselho tem de elaborar o calendário anual de eventos a propor para o ano seguinte, de forma a evitar o actual efeito predador que, por ausência de planificação, as actividades de uns exercem sobre os outros, melhor rentabilizando os espaços existentes e moderando os fluxos de turistas, combatendo a sazonalidade.

PLANO DE MUNICIPALIZAÇÃO TURÍSTICA

Há uns 15 anos, a Organização Mundial de Turismo, a cujo Conselho Profissional, Coimbra deverá aderir, lançou o Plano de Municipalização Turística, a que nenhum município de Portugal aderiu, que eu saiba. No Brasil, onde o Plano foi adoptado massivamente, é curioso verificar como eram os municípios antes da aplicação do Plano e a diferença para melhor, após a sua aplicação. A Municipalização turística envolve o Conselho Municipal e o universo de cidadãos que, pelos seus empregos, estão mais expostos ao contacto com quem nos visita, trabalhadores do comércio, bancários, trabalhadores do sector “horeca”, hotelaria, restauração e cafés, motoristas dos transportes públicos, taxistas, cabeleireiras.

Trata-se de no primeiro ano dotar com um curso básico de Agente Municipal de Turismo, um número significativo de cidadãos das diferentes áreas profissionais referidas. Por exemplo, fará parte do curso conhecer os 10 principais locais de destino turístico em Coimbra, bem assim, dominar 10 frases, nas três principais línguas de quem nos visita.

A formação é feita em horário laboral. Há acompanhamento dos formandos pela Empresa Municipal de Turismo, que passam a integrar uma rede e ficam assinalados para frequentar, nos anos seguintes, cursos médios e cursos superiores de agentes municipais de turismo.

Temos cidadãos interessados e disponíveis, temos formadores. Os locais de trabalho passam a ser exteriormente assinalados e dispõem de informação mínima como se fossem balcões de turismo.

Este Plano, permite igualmente que, quem de Coimbra vá de viagem, possa recolher um “kit” promocional simples, para no local de destino promover a Cidade.

Não necessitamos de encomendar fora mais Planos Estratégicos e de Desenvolvimento Urbano. Confiemos no que temos e valorizemo-lo. O Turismo e a Cidadania podem estar ao serviço do desenvolvimento sustentado de Coimbra.

JOSÉ DIAS

Cidadão, Colaborador da Fundação Inatel e Associado da ALTERNATIVA

quarta-feira, 24 de junho de 2009

SINAIS CUBANOS

Um dia, em certo lugarejo cubano, com as memórias do “Che” ainda gravadas em frontarias de prédios cansados, entrei numa loja cuja natureza oscilava entre a galeria de pintura e o depósito de “bric-à-brac” . A maior parte da mercadoria fazia tagatés ao turista do capitalismo, por entre velhas fumando enormes charutos, enquanto enxotavam moscas presumivelmente anti-castristas, e meninas impúberes a prometerem prostituição pedófila. As telas expostas eram sofríveis, mas duas delas prenderam-me a atenção e senti-me obrigado a adquiri-las. Estão hoje no meu escritório. Uma apresenta a cabeça de um monarca, revelando a particularidade de exibir como coroa um conjunto de cabeças decepadas, formando no seu conjunto as hastes desse real símbolo. Aos olhos do rei faltam as pupilas. Eles, esses olhos, são apenas fendas oblongas, conferindo ao rosto jovem uma expressão levemente irónica. A outra pintura revela, em primeiro plano, o perfil de um rei velho, ameaçado por duas figuras também coroadas e visivelmente mais jovens. Ambas lhe acenam com adagas, uma voltada para o céu, outra apontada ao peito. Tudo em amarelos claros, ocres e tons de laranja, ou seja, tudo em cores antilhanas.

Na altura não descortinei cabalmente a explicação do impulso irresistível que me forçou a adquirir as telas. Mas elas tanto e tão bem me contemplaram, a partir da parede fronteira, que acabei por suspeitar que havia descoberto a causa mais funda dessa compulsão aquisitiva. Pois não era Cuba nessa altura – há quatro anos – o melhor de todos os lugares para reflectir sobre os símbolos e sinais do efémero Poder? Cuba, esse lugar de cruzamento entre velhas e experientes fumadoras de charutos, meninas impúberes, prontas à prostituição, e o aparato de cabeças decepadas e adagas vingadoras?


AMADEU CARVALHO HOMEM

Presidente da Direcção da ALTERNATIVA

segunda-feira, 22 de junho de 2009

EPPUR SI MUOVE

NOTA PRÉVIA : Com este texto, da autoria de um elemento da Direcção da ALTERNATIVA , iniciamos o novo modelo de desenvolvimento deste blogue, o qual passará a acolher os mais diversos textos, entre si ligados por um só traço comum: todos os Autores são nossos Associados.

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Faz hoje 376 anos que Galileu Galilei foi obrigado a abjurar as conclusões científicas a que havia chegado – teoria heliocêntrica – em função das suas investigações e observações como matemático e astrónomo, no seguimento das propostas de Copérnico. De facto, foi a 22 de Junho de 1633 que o então septuagenário e quase cego Galileu, de joelhos perante os esbirros da Santa Inquisição e face à ameaça da fogueira (lembremos que Giordano Bruno já havia sido queimado por defender teorias análogas), se viu compelido a retractar-se, denegando oficialmente as suas anteriores afirmações de que o centro do mundo planetário era o Sol e que a Terra, tal como os outros planetas, apenas girava em torno daquele.

Independentemente de inferências que se possam extrair acerca das propaladas «infalibilidades» do Papa e do Tribunal do Santo Ofício, ou das crueldades inumanas dos «donos e sicários» duma certa religião (nesses aspectos não diferente das outras), há que dizer que o dramático episódio constitui um dos mais representativos exemplos da luta histórica entre ciência e religião, entre um conhecimento racional, adquirido através da observação e do estudo perseverantes e uma fé cega, recheada de «verdades» teológicas. E veja-se, a propósito, a morosidade com que a Igreja admitiu o seu erro: só em 1992, passados mais de três séculos, a instituição encetou a revisão do processo, acabando por absolver Galileu em 1999, ainda assim não se referindo uma só vez à teoria heliocêntrica, mostrando-se, ela própria, incapaz de abjurar oficialmente das suas manifestas heresias.

Trata-se de uma luta antiga, que ainda não terminou, onde a ciência tem dado passos de gigante e a religião tem visto encurtar-se drasticamente o seu espaço. Todavia, a actividade humana, cheia de inconsequências, nem sempre faz o melhor uso das conquistas científicas e, nesse percurso, com frequência vai causando a poluição do planeta, o caos, a destruição imparável dos recursos. E, se bem que tudo isto nada tenha a ver com ciência, entendida esta como progresso do conhecimento humano, a verdade porém é que, dessa forma é alimentada a presença da religião nessa luta, arrogando-se esta de deter um estatuto de interlocutor válido. E porque assim é, assistimos à difusão de frases como: a ciência perder-nos-á; somente a religião nos poderá salvar.

Bombardeados com este discurso, os terráqueos, habitantes do tal planeta que gira em torno do sol, continuam a sua caminhada, entre uma perspectiva lídima de progresso, de felicidade, de bem-aventurança e o apelo lúgubre de uma visão salvacionista que convoca o terror e o sofrimento como factores necessários para que, enfim, numa outra vida…, sendo esta uma certeza tão grande quanto aquela que permitiu condenar Galileu Galilei, homem sincrético que tanto tinha de cientista como de religioso. Seja-nos permitido repetir, a favor da Ciência e contra a cegueira, a frase célebre de Galileu: "Eppur si muove"!

FERNANDO FAVA

Direcção da ALTERNATIVA-Associação Cultural

domingo, 21 de junho de 2009

UMA FORMA NOVA PARA UM MESMO RUMO

Esta tribuna chamada CULTURA OUTRA irá brevemente apresentar novos conteúdos. Continuará, sem dúvida, a noticiar as iniciativas da ALTERNATIVA. Mas se até aqui competia à Direcção construir todos os textos e divulgá-los, doravante esse trabalho será também partilhado com alguns dos nossos Consócios.

A Direcção dirigir-lhes-á convites tendentes à elaboração de textos de opinião, poemas, reflexões, análises, etc., cuja dimensão não exceda os 3.500 caracteres. Os temas serão da exclusiva responsabilidade dos autores. Imperará, como sempre, a mais completa liberdade de escolha e de perspectiva. A supressão de comentários foi decidida após madura reflexão, feita no seio da Direcção. Todos sabemos que a Internet, precioso instrumento de formação, informação e aproximação entre os homens, também acolhe os maus instintos de uma caterva de energúmenos, que procuram cevar, através do insulto, os mais baixos instintos da sua primária animalidade. Já fomos vítimas, neste blogue, dessa casta repugnante de gente. Por isso, todos os que quiserem comentar textos futuros deverão utilizar o endereço electrónico da nossa Associação. A Direcção compromete-se formalmente a fazer chegar tais opiniões aos respectivos autores.

Fiquem atentos aos próximos conteúdos. Estamos certos que não irão desiludir-vos! Viva a Cultura livre! Viva a CULTURA OUTRA!

A Direcção da ALTERNATIVA - Associação Cultural

quinta-feira, 18 de junho de 2009

UM MISTÉRIO MUITO NOSSO


É já depois de amanhã, dia 20 de Junho (Sábado). A ALTERNATIVA irá confraternizar saudavelmente. E será "fora de portas"! Para onde vamos? Mistério ... Quem é que vai? Saberás lá ... se também quiseres ir, Caro Consócio. E bastará, para que decifres esta enigma, que entres em contacto com um qualquer dos elementos da Direcção desta tua Associação Cultural. Haverá folia. E bom convívio. E bom apetite. Depois de uma sessão (memorável) de Poesia, é tempo de refazer forças. No campo. A ouvir trinados de passarinhos. E mais não digo ...

sábado, 13 de junho de 2009

... E PÕE O CORAÇÃO A CANTAR !



A habitual tertúlia que a ALTERNATIVA – Associação Cultural irá realizar no próximo dia 16 de Junho, pelas 21h30m, será dedicada ao tema “Música e Poesia”. Será realizada no Bar-Restaurante “Claustro” (Largo da Rainha Santa, quase em frente do Convento de Santa Clara-a-Nova – Calçada de Santa Isabel, nº 91).

As intervenções iniciais ficarão a cargo de alguns dos Associados da ALTERNATIVA, que procurarão encontrar a sua resposta subjectiva para um conjunto de questões quase tão velhas quanto o mundo: O que é a Poesia? Qual o seu papel na nossa vida e na vida social? É a Poesia necessária, útil, resgatadora dos nossos infortúnios, superadora da nossa condição de seres mortais? É a Poesia uma música de palavras? É a Música uma poesia melódica?

Iremos ler poemas, ouvir poemas, saborear poemas. E ouvir música, encantar os sentidos com as harmonias musicais, sorver os sons.

“Música e Poesia” – um binómio cada vez mais necessário neste mundo que habitamos. Iremos conversar, em conjunto, sem que ninguém roube a palavra a ninguém, sobre tudo isto.

Junta-te a nós, Amigo! E põe o coração a cantar.

terça-feira, 9 de junho de 2009

25 DE ABRIL, SEMPRE !



No próximo dia 16 de Junho, pelas 18H00 (dezoito horas), no Café-Teatro do Gil Vicente (TAGV), vai ser apresentada a obra VASCO LOURENÇO- Do Interior da Revolução , entrevista da Dra. Maria Manuela Cruzeiro ao Coronel Vasco Lourenço, historiando em discurso directo o envolvimento deste "Capitão de Abril" na Revolução de 25 de Abril de 1974.

Estarão presentes o Cor. Vasco Lourenço, Presidente da Direcção Nacional da Associação 25 de Abril, a Dra. Maria Manuela Cruzeiro, Investigadora do Centro de Documentação 25 de Abril, o sr. António Baptista Lopes, da  Âncora Editora, e o Ten-Gen. Monteiro Valente, Presidente da Direcção da Delegação Centro da A25A. 

A apresentação da obra será feita pelo Presidente da Direcção da ALTERNATIVA-Associação Cultural , Prof. Doutor Amadeu Carvalho Homem.

quinta-feira, 4 de junho de 2009

NO PRÓXIMO DIA NOVE




No próximo dia nove

Vais à Festa da Sardinha;

Mal ficará quem não prove

No próximo dia nove

O apetite que tinha.

 

No próximo dia Nove,

No Coliseu Figueirense,

Por muito mal que se pense

Mal ficará quem não prove

 

Sardinha do nosso mar,

Com bom tinto e com bom ar

Mais talos de verde caldo

No estomacal respaldo.

 

No próximo dia Nove

Irás co’ ALTERNATIVA,

Malta fraterna e cativa

Danadinha por provar

Os frutos do nosso mar

Nessa Festa da Sardinha.

terça-feira, 2 de junho de 2009

VAMOS À FESTA DA SARDINHA !




A “Malta da ALTERNATIVA” irá, no próximo dia 9 do corrente, à Festa da Sardinha, promovida pela “Malta do Viso” e pelo Coliseu Figueirense. É uma festa popular que já tem alguma tradição e se realiza na Figueira da Foz. Pelo módico preço de dois euros e meio, a Organização garante aos convivas caldo verde, pão de milho, sardinha (tanta quanta se quiser) e vinho tinto do lavrador. Ou seja, uma refeição deliciosa e à altura da “crise”.

A “embaixada ALTERNATIVA” concentrar-se-á junto à bilheteira do Coliseu Figueirense a partir das 19 horas e trinta minutos, fazendo a sua triunfal “irrupção” no redondel às 20 horas, para aí pegar, na altura adequada, não propriamente toiros bravos, mas sardinhas “à unha”.

As condições de meteorologia não serão dissuasoras, uma vez que a iniciativa irá manter-se mesmo com chuva, pois neste caso a degustação será feita nos corredores interiores da Praça de Toiros, ou seja, “debaixo de telha”.

A ALTERNATIVA consente que se juntem à nossa distinta representação os cônjuges, namorados/as, amigos/as, “penduras” e simples observadores/as dos Consócios-festeiros, desde que se portem bem, comendo e bebendo com apetite e comprazimento.  

Teremos também animação bem popular. E quem disser que isto não se enquadra nas finalidades dos nossos Estatutos, por não ser Cultura, deve ir urgentemente pedir apoio psiquiátrico.