quarta-feira, 2 de julho de 2008

A ALTERNATIVA HOMENAGEOU PEDRO NUNES

















No passado dia 28 de Junho, a ALTERNATIVA levou os seus Associados ao Observatório Astronómico, inaugurando o ciclo "Figuras de Coimbra". A primeira figura a ser homenageada foi Pedro Nunes (1502-1578), distinto lente da Universidade de Coimbra, cosmógrafo-mor do Reino e um dos maiores nomes da Matemática europeia do Século XVI. Tivemos a sorte de ouvir uma excelente conferência sobre a vida e a obra de Pedro Nunes, proferida pelo Professor João Filipe Queiró. Seguidamente, o Professor Artur Soares Alves guiou-nos com a maior amabilidade pelas instalações do Observatório, comentando a aparelhagem científica aí guardada. Chegada a noite, depois do jantar, o Professor João Fernandes "mostrou-nos as estrelas", munindo-se de uma paciência evangélica para responder - sempre conclusivamente - às largas dezenas de questões suscitadas pelas observações astrais que todos puderam fazer. Não exageramos ao dizer que se tratou de um dia memorável. Outros virão, pois o ciclo "Figuras de Coimbra" regressará em Outubro, desta vez para homenagear Carlos Seixas. As fotografias documentam a homenagem a Pedro Nunes.

3 comentários:

Anónimo disse...

Mais uma vez a ALTERNATIVA está de parabéns pela forma como homenageou PEDRO NUNES.O programa foi interessante e recheado de boas surpresas. Houve oportunidade de conviver, aprender e simultaneamente homenagear.Assim aconteceu solidariedade, cultura e justiça.

R.M.C.

Anónimo disse...

PETRUS NONIUS
(Ode camoneana)

O que, de facto, mais celebrizou
a acção de Pedro Nunes foi, no fundo,
ter sido através dele que forjou
Camões a sua "máquina do mundo".

Ouvindo as suas doutas prelecções
na Lusa-Atenas da era quinhentista,
mais tarde foi Luís Vaz de Camões
quem deu perpétua fama ao cientista.

Só pelos algarismos combinados
matematicamente, o grande sábio,
a quem se deve o nónio e o astrolábio,

levou Camões em puros pensamentos
ao seio dos espaços estrelados
sem precisão nenhuma de instrumentos.

João de Castro Nunes

Anónimo disse...

RAIVA ADIADA

Tinha de ser. A raiva não perdoa:
com o passar do tempo, levedada,
mais se exacerba, cresce e amontoa
pretextos e razões para actuar.

Sob protecção real, a Inquisição
não teve ensejo para te inquirir,
mas não esmoreceu sua intenção
de na primeira altura te atingir.

Saíste ileso, ao longo da existência,
da pecha de judeu com que nasceste
e que assumiste, embora com prudência.

Por ti mais tarde houveram de sofrer
teus netos, Pedro Nunes, que tiveste
sem já te terem... para os defender!

João de Castro Nunes