domingo, 21 de dezembro de 2008

AS QUATRO IDADES DA MULHER

Quatro caixinhas, fiéis

Presentes da Providência,

Resumem de cada Bela

As estações da existência.

 

Guarda a primeira caixinha

Inocentes rebuçados

A segunda as cartas doces

Dum cento de namorados.

 

Na terceira o vermelhão,

Que as faces vai besuntando,

Inventa as rosas postiças,

Quando as outras vão murchando.

 

Mas depois que o espelho quebra,

Da idade por crua lei,

Toda a ternura se encerra

Na caixinha do agnus Dei.

 

JOÃO DE LEMOS

1 comentário:

Anónimo disse...

EVAS


Com a sua caixinha da saúde,
que pode prolongar a formosura
para além do fulgor da juventude,
toda a mulher compõe sua moldura.

Faz parte do seu ser esse pendor
para agradar ao sexo masculino,
mantendo um rosto belo e sedutor
como se não tivesse outro destino.

Com os recursos que a ciência inventa
mais lina cada dia se apresenta
pondo mais rouge ou pó de arroz a menos.

Quer na velhice quer na mocidade,
por modelo ou padrão tomando Vénus,
acaba sempre... por não ter idade!

João de Castro Nunes