Qualquer homem tem duas biografias eróticas. Geralmente só se fala da primeira, que se compõe de uma lista de ligações e de encontros amorosos.
A mais interessante é, sem dúvida, a outra: a corte de mulheres que queríamos ter e que nos escaparam, a história dolorosa das virtualidades por cumprir.
Mas há uma terceira, uma misteriosa e inquietante categoria de mulheres. Agradam-nos, nós agradamos-lhes, mas simultaneamente percebemos bem depressa que não podemos tê-las, porque na nossa relação com elas nos encontraríamos do outro lado da fronteira.
MILAN KUNDERA, O livro do riso e do esquecimento
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