O amor não era nada fácil para o homem pré-histórico. E mesmo agora, também não é nenhuma pechincha. O problema do amor está em que muita gente o confunde com uma gastrite. Depois de curada a indisposição, descobrem que estão casados com uma pequena que não desposariam nem que os matassem. Alguns dos primeiros subprodutos do amor do homem foram o salão de beleza, o bicarbonato de soda e a família. A família, como provavelmente sabem, é uma unidade social baseada no agrupamento instintivo de todos as animais – por exemplo, a mãe da esposa, as duas irmãs da esposa (que, se calhar, nunca arranjarão um homem) e o irmão da esposa , que nada faz de há oito anos para cá. Observe-se que esse grupo não contém quem quer que seja da família do marido. Só dela. Era assim na Idade das Trevas e continua a sê-lo ainda hoje.
Groucho Marx (1895-1977),Memórias de um Pinga-Amor
3 comentários:
Anónimo
disse...
Nada faz melhor às criaturas que uma boa e espontânea gargalhada.
A ALTERNATIVA - Associação Cultural para o Desenvolvimento do Ser Humano, tem a sua sede em Coimbra. Foi legalizada em Julho de 2007 e pretende contribuir, dentro das suas possibilidades, para a valorização cívica e ética dos seus associados. Assume-se como independente de todos os poderes económicos, políticos ou religiosos e pratica no seu seio um saudável pluralismo. Repudia todas as formas de dogmatismo, pois pretende ser um espaço de livre discussão e de fraterno convívio entre todos os seus membros. A defesa dos direitos humanos e a apologia da multiculturalidade são vectores fundamentais da sua identidade. A ALTERNATIVA considera a Cultura como um repositório de valores ao serviço da espécie humana. Amigo, se te revês neste esboço, a ALTERNATIVA estará à tua espera.
3 comentários:
Nada faz melhor às criaturas que uma boa e espontânea gargalhada.
O DOM DE RIR
Minha mulher a tudo achava graça:
como criança de alma ainda pura,
em todo o sítio ou em qualquer altura,
de tudo ria, menos da desgraça.
Eram faladas suas gargalhadas
que, atravessando portas e janelas,
faziam ressonância nas estrelas
e eram pelos anjos escutadas.
Se em vez de ser católico romano
eu fosse apenas um pagão profano,
sabeis o que diria a esse respeito?
Que o dom de rir assim, de peito feito
e alma sã, sem ânimo de ofensa,
era dos deuses uma graça imensa!
JOÃO DE CASTRO NUNES
POR TUDO RIA
Ria por tudo; era um regalo ouvir
as suas espontâneas gargalhadas,
inconfundíveis, personalozadas,
como somente os puros sabem rir.
Era um sintoma de felicidade,
de paz interna, autêntica, assumida,
peculiar de uma alma dividida
entre o prazer da vida e a santidade.
Por tudo ria, qual uma criança,
sem mal algum, com toda a confiança,
na rua, no cafá, no lar, à mesa.
Desde o momento em que ela faleceu,
ouvem-na agora os anjos lá no céu
sem darem quaisquer mostras de estranheza!
JOÃO DE CASTRO NUNES
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