Trago-te na minha vida como quem
escuta os passos musicais do tempo,
como as manhãs tocam a paisagem…
e amplamente te recebo dos horizontes da dor
que é a nossa distância de seres quase tudo.
Trago-te na minha vida como é possível
a noite trazer o luar.
Que movimento guia a tua essência inacabada?
Onde te cumpres perguntando a vida?
E que Pudor, estares em ti antes de seres?
Tu, a Expectante, mortalmente sossegada…
Trago-te na minha vida de mãos postas
coroada de solidão e suspensa
como uma rosa fechada.
escuta os passos musicais do tempo,
como as manhãs tocam a paisagem…
e amplamente te recebo dos horizontes da dor
que é a nossa distância de seres quase tudo.
Trago-te na minha vida como é possível
a noite trazer o luar.
Que movimento guia a tua essência inacabada?
Onde te cumpres perguntando a vida?
E que Pudor, estares em ti antes de seres?
Tu, a Expectante, mortalmente sossegada…
Trago-te na minha vida de mãos postas
coroada de solidão e suspensa
como uma rosa fechada.
VÍTOR MATOS E SÁ (1927-1975), in O Horizonte dos Dias (1952)
1 comentário:
VARIAÇÕES EM DOR MAIOR
Comigo a trago ainda antes de eu nascer:
ainda era eu pó de estrela ou coisa assim
e já prevendo o que ia acontecer
Deus a terá pensado para mim.
Desde o primeiro instante em que eu a vi,
toda "purinha" como a luz da aurora,
olhos nos olhos, a reconheci
imediatamente, sem demora.
Hoje que ela voltou ao paraíso
onde, se não for antes, penso vê-la
no prometido dia do juízo,
continuo, sem dúvida, a trazê-la
dentro de mim nos filhos que me deu
e que me provam que ela não morreu!
João de Castro Nunes
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