Michael Jackson (Gary, 29 de Agosto de 1958 – Los Angeles, 25 de Junho de 2009)
Eu sou da geração de Thriller. E, apesar de não saber cantar, nem dançar, nem sequer assobiar (como cantava o nosso mítico Carlos Paião), a verdade é que ainda hoje a música do tema Thriller ecoa nos meus ouvidos e o videoclip que mundializou a composição musical continua vivo na minha memória.
É, não só por isso, mas também, que estou em discordância com José Pacheco Pereira que, na edição desta semana da Sábado afirma que Michael Jackson nunca lhe pareceu um génio, nem nada que se pareça, e considera que Freddie Mercury, Elton John, os Beatles e os Rolling Stones “vão mais fundo na música”. Michael Jackson, a seu ver, foi “um performer absoluto num corpo que não cabia em nenhuma pele”.
Ora bem: eu admiro Freddie Mercury, Elton John, os Beatles e os Rolling Stones, na mesma medida em que aprecio Michaeal Jackson. Digo admiro e aprecio, no presente, porque quem assim cria, seja música, seja qualquer outra expressão cultural, é, certamente, intemporal e imortal. Michael Jackson era mais; era um génio, quer pela genialidade das composições (letras e músicas), quer pela genialidade das suas produções em vídeo, quer ainda pela sua genialidade artística olhada como um todo.
Embora não seja uma especialista na área musical, não me parece que Michael Jackson tenha ido menos fundo na música do que Freddie Mercury, Elton John, os Beatles ou os Rolling Stones. Aliás, isso parece-me difícil de medir. No entanto, concordo que Michael Jackson era um corpo que não cabia em nenhuma pele, aliás, creio mesmo que era uma cabeça que não cabia em nenhum corpo. Essa será, aliás, uma característica dos seres dotados de genialidade.
Michael Jackson teve 45 anos de carreira em 50 anos de vida. Presenteou os seus fãs em todo o mundo, ao longo de quatro gerações, com 10 álbuns, e recebeu como presente, para além dos 750 milhões de discos vendidos, 18 Grammys.
O álbum Thriller, que saiu em Novembro de 1982, vendeu 106 milhões de exemplares, consagrando-se como o álbum mais vendido da história. Thriller foi também um marco decisivo na história da música, da dança, da moda, da televisão, porquanto revolucionou os conceitos até então dominantes nestes sectores. Mais: Thriller mudou mentalidades, pois foi o videoclip produzido para o tema por Billie Jean que ‘obrigou’ a MTV a colocar no ar um músico negro, tornando Michael Jackson no primeiro negro cuja música foi transmitida amplamente por esta estação televisiva.
Antes e depois de Thriller, Michael Jackson já era genial. Antes integrara, com quatro irmãos, a banda, primeiro denominada Jackson Five e, mais tarde, designada The Jacksons. Nas duas bandas, foi o principal compositor, destacando-se também na interpretação e na dança. Assim, não surpreende que, em 1979, tenha apresentado o seu primeiro álbum profissional a solo intitulado Off the Wall, o trabalho discográfico de black music mais vendido de sempre, aceitando-se como certo que vendeu 20 milhões de cópias.
A este primeiro sucesso mundial a solo seguiu-se Thriller e depois deste fenómeno musical e até 2005, Michael Jackson deu ao mundo da música mais nove álbuns, designadamente Bad; Dangerous; History: Past, Present & Future; Blood on the Dance Floor; Invincible; Greatest Hits-History; Number Ones; The Ultimate Collection e The Essential Michael Jackson - todos grandiosos sucessos de vendas que o transformaram no rei da Pop, numa SuperStar ou, como hoje também se diz, numa GlobalStar.
Agora, após a morte inesperada, os fãs manifestam, no seu site oficial, o desejo da realização de um Memorial Concert em várias cidades do mundo ao mesmo tempo. Eu, que cresci a ouvir a sua música, a ver os seus videoclips, que quis aprender inglês para compreender as suas canções, creio que, pelo menos, as cidades que se preparavam para receber os seus 50 concertos em meio ano deveriam pensar na organização de um concerto em sua memória. Afinal, coincidência ou não, Mickael Jackson morreu cerca de 12 horas depois de ensaiar horas a fio para a tour This is it - Isto é que é a verdade.
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