Continuam abertas as inscrições - para os Associados e para o público em geral - referentes ao Colóquio O Rei D. Carlos e o Regicídio, a realizar nos dias 1 e 2 de Fevereiro de 2008, no Salão Nobre da Câmara Municipal de Coimbra.
O programa definitivo do Colóquio é, em princípio, o seguinte:
Dia 1 de Fevereiro
15h00: Intervenção do Exmº Senhor Presidente da Câmara de Coimbra;
15h30: Pignatelli Queirós, “O regicídio, auge de uma conspiração”;
16h15: Amadeu Carvalho Homem, “D. Carlos e o Grupo dos Vencidos da Vida”;
17h00: Período de debate.
Dia 2 de Fevereiro
10h15: Fernando Fava, “O regicídio visto pelos republicanos;
11h00: Miguel Santos, “Regicídio e violência no discurso anti-republicano”;
11h45: Período de debate.
15h00: Isabel Vargues, “A morte violenta de reis, estadistas e presidentes”;
15h45: Noémia Malva Novais, “O regicídio: um dia depois”;
16h30: António Reis, “O regicídio atrasou ou activou a revolução republicana?”
Chama-se a atenção para o facto de serem limitados os lugares do Salão Nobre; por isso, não serão aceites outras inscrições para além das comportáveis.
Os associados da ALTERNATIVA pagarão 10 euros, o público em geral satisfará 20 Euros e os estudantes 5 euros, a remeter por cheque ou vale do correio, em nome de Fernando Eusébio Mendonça Fava, - Tesoureiro da Associação, - para a seguinte direcção : Ladeira das Alpenduradas, nº 13 A 3030-167 COIMBRA. Haverá também a possibilidade de realizar uma transferência bancária para o NIB 003502550023755093086, desde que nos seja enviado o respectivo talão de depósito para o mesmo endereço postal, com a menção obrigatória do nome do depositante, mesmo que escrito à mão, a posteriori .
É importante esclarecer que, dada a complexidade da organização, não poderemos assegurar inscrições de última hora, pelo que se aconselha vivamente os interessados a formalizarem as suas inscrições o mais rapidamente possível.
quinta-feira, 17 de janeiro de 2008
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3 comentários:
Na mesma linha deste tema, pode posteriormente ser realizado um colóquio sobre a Instauração da República em Portugal, onde seriam focados não só este episódio da História de Portugal e seus antecedentes, mas também uma reflexão sobre o seu percurso até à actualidade.
Sob a forma poética, que me é habitual, aqui deixo um feixe de emoções que se prendem com o tema do colóquio:
"Pour bien"
Há quem veja na crítica uma ofensa,
abominável por assim dizer,
mas quem desta maneira julga ou pensa
não tem razão nenhuma para o crer.
Aliás é conhecida a reacção
de Salazar às críticas honestas:
por mais legal que fosse a intenção
eram-lhe sempre odiosas e molestas.
O mais provável que sucederia
a quem dele dissesse algo de mal
era candidatar-se ao Tarrafal.
Porém, segundo a etimologia,
sem ofender a crítica não passa
dum juízo de valor... que até tem graça!
Deferido!
"Dai-nos, Senhor, um rei que nos governe"
- pediram os Hebreus a Jeová
e Deus lhes deu Saul, a quem concerne
reger o povo eleito de Canaã.
Nem sempre foi bom rei, como é sabido,
mas Deus, compadecido do seu povo,
outra vez atendendo o seu pedido,
um outro rei lhes concedeu de novo.
E foi feliz o povo de Israel
passando com David a regressar
ao tempo em que era tudo leite e mel.
Veio depois seu filho Salomão
que soube com justiça governar;
seguidamente... foi a frustração!
Realeza
O Rei não se discute: é por direito,
independentemente da vontade
dos cidadãos, o governante eleito
por transmissão da titularidade.
Por conseguinte, à luz deste conceito,
vem-lhe do berço a sua autoridade
sem desde logo se encontrar sujeito
às prescições da rotatividade.
Importa, pois, que dada a natureza
das normas em que assenta a realeza
o Rei seja o espelho da nação.
Se assim não suceder, os seus vassalos,
caso o monarca venha a defraudá-los,
devem poder dizer-lhe: "Senão, não"!
Trágico epílogo
El-Rei D. Carlos com Mulher e Filhos
no Terreiro do Paço, em carro aberto,
com a coragem própria dos caudilhos
enfrenta a morte a peito descoberto
Sabe que anda no ar, por culpa alheia,
uma ameaça de conspiração;
o Monarca, porém, não se rodeia
da mais recomendável precaução.
Bravura, brio, intrepidez, denodo
foram estados de alma que o marcaram
e em circunstância alguma lhe faltaram.
Ouvem-se tiros, corre o povo todo,
e de morte ferido o soberano
a vida entrega a Deus... caindo o pano!
Epitáfio
Glória a ti, D. Carlos de Bragança,
intemerato Rei de Portugal,
que deste o peito às balas na esperança
de o povo estar por ti na capital.
Deixando o teu lugar de preferência,
o nobre Paço de Vila Viçosa,
para ao governo dar tua assistência,
deram-te morte em hora tormentosa.
Caíste fulminado, sem defesa,
baleado por detrás cobardemente
colhido em carro aberto de surpresa.
Glória a ti, que ficarás na História
como um monarca intrépido e valente
que o povo terá sempre na memória!
Por quem elas choraram
Luís Filipe, o príncipe encantado,
olhos azuis como os da sua Mãe,
cabelo loiro, porte comparado
ao do seu Pai, cujas feições mantém,
princesa não havia casadoira
em toda a Europa das nações reais
que linda, rica, amorenada ou loira,
o não quisesse para os esponsais.
Senhor de uma esmerada educação,
em todos os sentidos que se queira,
era a suma esperança da nação.
Que grande Rei teria Portugal
se uma perversa bala traiçoeira
não fulminasse o Príncipe Reaç!
Vilões!
Não há sabão que lave as vossas mãos,
vis assassinos de hediondo crime:
perante a História nada vos redime
sob estatuto algum de cidadãos!
Colocou Deus um dia o Rei Saul
`mercê de David com sua lança,
o qual não consumou sua vingança
por ele ter de ungido o sangue azul.
Por mais que certa classe agora queira
limpar o vosso nome ante a nação
nada há que justifique a vossa acção.
Além de que, para maior desgraça,
não se assassina ao canto de uma prtaça
um dos nobres barões da Jarreteira!
Haja vergonha!
Assim vai Portugal!... achincalhado
dentro de portas por vontade sua
faltando apenas ver por todo o lado
seu símbolo arrastado pela rua!
Que deplorável foi no parlamento
ver denegado um voto de pesar
pelo modo cruel e violento
como D. Carlos se mandou matar!
E que dizer da sórdida baixeza
com que a televisão à portuguesa
representou as cenas do homocídio!
Perante os estrangeiros Portugal
está-se a degradar por forma tal
que parece buscar... o suicídio!
D. Manuel II
Com ele terminou a dinastia
com outro Manuel iniciada:
há cerca de oito séculos fundada,
findou também com ele a monarquia.
Previsto não estava que reinasse
por ser filho-segundo, mas quis Deus
ou o desvairado acaso dos ateus
que esse destino ingrato lhe tocasse.
Renunciou ao trono muito moço
e sem alarde, em paz, sem alvoroço,
partiu para o exílio... de bom grado.
No Paneão Real jaz sepultado
ao pé do seu irmão, cujo lugar
ele assumiu no ofácio de reinar!
Um jovem Rei no exílio
Discretamente, de cabeça erguida,
sem qualquer enxovalho popular,
D. Manuel Segundo na partida
foi simplesmente nobre e singular.
Leva no peito rm sangue uma ferida
que nunca mais havia de passar,
uma chaga recôndita, escondida,
que faz questão de para si guardar.
Entregue aos seus estudos na Inglaterra,
nem por isso, na sua solidão,
deixa de cogitar na sua terra.
Com ele morre toda a esperança
de persistir a Casa de Bragança
à frente dos destinos da Nação!
António Granjo
Sobre Arganil e sua região
continua a pairar discretamente
uma espécie de névoa que somente
envolve parte da população.
Quem matou Granjo só por ele ser
o chefe do governo. cuja morte
foi para alguns políticos a sorte
poe lhes abrir a porta do poder?
Ciciam-se rumores... muito embora
ninguém se comprometa, abrindo a boca,
nos serões em família... noite fora.
Ainda que o suspeite, não me toca
pôr em letra de forma a conjectura
que irá comigo parq q sepultura!
No Panteão
(Ode aquiliniana)
No Panteão dos grandes portugueses
ao lado estão de ilustres presidentes
poetas, prosadores e por vezes
pessoas a seu modo equivalentes.
Com os restos mortais destas figuras
que honraram pelo espírito a nação,
também algumas outras criaturas em cenotáfios nesse espaço estão.
Todos repousam sob o mesmo tecto
sem discriminação salvaguardado
em cada caso o respectivo aspecto.
Foi hoje a vez de entrar nessa irmandade
Aquilino Ribeiro... trasladado
por ser um dos heróis da liberdade!
João de Castro Nunes
Aditamento:
Ironia da História
(Ode aquiliniana)
Mestre do estilo e do vocabulário
da língua de Camões na voz do povo,
aqui me tens a escrever de novo,
passado que já foi teu centenário.
Só para te dizer que está provado
que nada tens a ver, posta a questão,
com o crime hediondo e sem razão
contra o Monarca e Filho perpetrado.
Descansa em paz com tua consciência
no Panteão para onde te levaram
por mérito da tua inteligência!
Ironia da História!... Quem cedeu
as armas cujas balas os mataram
foi nada menos que um parente seu!
João de Castro Nunes
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