sexta-feira, 13 de junho de 2008

A DECADÊNCIA DE ROMA

(…) No tempo em que o domínio de Roma se circunscrevia à Itália, a República facilmente podia subsistir. Todo o soldado era simultaneamente cidadão. Cada cônsul comandava um exército; e os outros cidadãos iam à guerra sob o comando daquele que lhe sucedia. Como as tropas não eram em número excessivo, havia o cuidado de não receber na milícia senão pessoas que possuíssem bens bastantes para terem interesse na conservação da cidade. Enfim, o Senado examinava de perto o comportamento dos generais e fazia-lhes ver que era melhor nem sequer pensarem em fazer fosse o que fosse contrariamente ao dever. Mas quando as legiões ultrapassaram os Alpes e o mar, os homens de guerra, que se tinha de deixar durante várias campanhas nos países subjugados, foram perdendo a pouco e pouco o espírito de cidadãos; e os generais, que dispunham dos exércitos e dos reinos, passaram a sentir a sua força e não mais conseguiram obedecer. (…)

MONTESQUIEU (1689-1755), Considerações sobre as causas da grandeza e decadência dos Romanos

2 comentários:

Anónimo disse...

GERMANICUS
(Ode romana)

Cremado após a morte nas jornadas
contra os povos de leste comandando
as legiões romanas colocadas
com pérfida intenção sob o seu mando,

Germanicus, a sombra de Tibério,
o ídolo do povo que o amava,
o esperançoso salvador do Império,
à capital, em cinzas, retornava.

Trazia a urnazinha no regaço
sua jovem viúva desde a Apúlia
entre soldados desfilando a pssso.

Foi um delírio em Roma a sua entrada,
pois era a flor da dinastia Júlia
que lhe era devolvida e... aclamada!

João de Castro Nunes

Anónimo disse...

HADRIANUS


Oriundo do convento emeritense,
Adriano, o culto imperador romano,
admirador do povo ateniense,
ainda que do mundo soberano,

não teve pejo em se candidatar
sem qualquer privilégio, lado a lado
com seus rivais, visando conquistar
em livres eleições o arcontado.

Assim mostrou a sua preferência
pela cultura helénica, em que via
os benefícios da democracia.

Tinha no peito sobre o coração
uma pinta vermelha de zarcão
para matar-se em caso de emergência!


João de Castro Nunes