domingo, 1 de junho de 2008

EVOCANDO ALFREDO SARAMAGO

O pão ganhou estatuto de alimento principal durante a Idade Média e, nas classes populares, foi sustento e base de alimentação diária. A partir do seu estabelecimento na dieta foi, alternativamente, motivo de alegrias, de tristezas, de guerras e de paz. Tornou-se um símbolo do bem-estar mínimo. Haver ou não haver pão era o índice de avaliação que perdurou durante séculos. Reis, senhores e o poder municipal afadigaram-se para que houvesse pão, porque a sua falta era prenúncio de mal-estar e não raras vezes começo de revoltas e mola real de revoluções. A abundância de pão ou a sua falta traçaram a história dos últimos séculos.
Alfredo Saramago, Para uma História da Alimentação de Lisboa e seu Termo

1 comentário:

Anónimo disse...

PÃO E VINHO


Biblicamente o vinho representa,
a par do pão, o símbolo maior
dos alimentos de que se sustenta
o ser humano honrando o Criador.

Vêm-me à ideia, para o comprovar,
dois históricos casos memoráveis,
qual deles mais marcante e singular,
mas entre si no fundo comparáveis:

diz um respeito a Álvaro de Luna
quando ante o cadafalso que o espera
o condestável pede pão e vinho;

com ele o outro caso se coaduna
quando Vásquez de Almada defendera
o corpo do Regente, ele sozinho!


João de Castro Nunes