sexta-feira, 1 de maio de 2009

A HARPA


Faz de mim a tua harpa, ergue-me, oh, ergue-me!

As cordas farão música sob os teus delicados dedos;

Toca a minha alma com a tua suave mão de trevo amarelo,

E o meu coração murmurará melodiosamente aos teus ouvidos.

Ora feliz, ora triste,

Ele há-de olhar o teu rosto e chorar,

E jazer em silêncio aos teus pés quando esqueceres.

Ninguém sabe para que nova melodia

Há-de soar a canção no céu.

Mas as marés da alegria chegarão às praias do infinito.

 

RABINDRANATH TAGORE (1861-1941), Poemas

1 comentário:

Anónimo disse...

RABINDRANATH TAGORE

De ti fez Deus uma harpa virtual,
uma lira de cordas invisíveis
que a tua Poesia radical
ao nosso ouvido torna perceptíveis!

Por teus Poemas Deus se faz ouvir
do ser humano que, pelo seu lado,
se tenta a Ele erguer, sem conseguir,
por d'Ele se encontrar ostracizado.

Na tua vejo a Poesia pura,
autêntica, sem ganga, sem mistura
de pensamentos menos cristalinos.

Se os astros possuíssem linguagem,
seria dos teus Versos uma imagem
pr serem, como tu, quase divinos!

João de Castro Nunes