quinta-feira, 24 de abril de 2008

3ª "TERTÚLIA ALTERNATIVA"











































Aqui vos trazemos algumas fotografias relativas à nossa 3ª "Tertúlia Alternativa", realizada na Galeria Santa Clara no passado dia 21. Queiram seguir, através das legendas, a "lógica" das imagens:

1- O Presidente da Associação abre os trabalhos e apresenta o Orador;
2- O Orador, nosso querido Prof. Sá Furtado, Associado Fundador, introduz o tema;
3- O Pedro Bingre fala na decepção do "rentismo" lusitano;
4- O General Monteiro Valente pondera argumentos, sob o olhar do José Dias;
5- O Valdemar obtempera ... e o Fernando Madeira parece divertido; ao fundo, o casal Carvalho Homem (Luís Filipe e Mila) segue o rumo da conversa.
6- O Fernando Fava diz de sua justiça; a Maria do Carmo Lopes está prazenteira;
7- O João Gouveia Monteiro, com a sua habitual serenidade, adianta os seus pontos de vista. A Germana parece pensativa e o Prof. Vítor Madeira denota concentração;
8- O Adriano Pedroso de Lima foi uma presença atentíssima.

O debate, subordinado ao tema Portugal : como vai ? para onde vai? deu origem a um vivo e participado debate.
Outros se seguirão. Até breve!

quinta-feira, 3 de abril de 2008

TERTÚLIA SOBRE O PATRIMÓNIO




A ALTERNATIVA irá realizar, no próximo dia 7 do corrente mês, às 21h30m, na Galeria Santa Clara (junto ao Portugal dos Pequeninos), em Coimbra, a sua Segunda “Tertúlia”. O tema a discutir subordinar-se-á ao seguinte mote: Intervir no Património. O tema será introduzido por dois dos nossos mais fiéis Associados: a Drª MARIA ANTÓNIA LUCAS DA SILVA e o Arquitecto FERNANDO MADEIRA. Prevê-se que o assunto concite o interesse de muitos de nós e que a afluência a esta “Segunda Tertúlia Alternativa” seja considerável.
A defesa do Património, edificado e não-edificado, está hoje na ordem do dia. A integração de Portugal no espaço europeu converteu-nos, para o melhor e para o pior, num “país de lazer” (mais para os que chegam do que para os que cá estão…), antevendo-se que uma importantíssima parte da sobrevivência do país se realize através da captação de receitas do Turismo. Ora, o Património é a coluna principal de uma oferta turística digna desse nome.
A questão está toda em saber se os cidadãos portugueses têm a perfeita consciência desta realidade; se as Autoridades, nos seus diversos níveis e escalões de intervenção, se esforçam suficientemente na preservação da riqueza patrimonial que temos; se nas nossas Escolas está a fazer-se uma sensibilização para a salvaguarda do Património; e até se somos hoje dignos de tais riquezas, que os nossos antecessores nos legaram.
São assuntos deste teor que estarão em aberto na nossa Tertúlia, para que possam ser escalpelizados e debatidos com a inteligência de que formos capazes.

Os dois seguintes poemas do Professor João de Castro Nunes, Amigo da ALTERNATIVA desde a primeira hora, são uma excelente introdução ao tema, que será por nós debatido no dia 7.

Lidar com pedras

As vilas, as aldeias, as cidades,
na sua topográfica estrutura,
têm alma própria, têm identidades
como qualquer pessoa ou criatura.

Existe um eixo de orientação
no seu traçado, nunca lhes faltando
um largo principal, cuja feição
não se deve alterar de quando em quando.

Não se pode mexer de qualquer modo
numa edificação, num monumento
sob pena de estragá-los no seu todo.

Cada lugar merece ser tratado
quando se impõe, mas com discernimento
a fim de não ficar… desvirtuado!



Identidade e património

A maneira de ser, a identidade
de uma nação, de um povo, que se entende
como uma espécie de comunidade,
da forma de governo não depende.

Assenta no diálogo constante,
ininterrupto, a bem dizer diário,
com as leiras que temos por diante
servindo-nos de berço e de cenário.

Governe-nos um rei ou presidente,
Manuel, João, Cesário ou Possidónio,
o caso nada tem de transcendente.

O que de uma horda faz uma nação
é o seu comum apego ao património
ainda que não passe de um torrão!

João de Castro Nunes


quinta-feira, 27 de março de 2008

Dia Mundial Do Teatro













Diversas são as instituições ligadas ao teatro, que hoje, como noutros dias do ano, pugnam por uma posição mais confortável no panorama desta actividade cultural, que existe já desde a Grécia Antiga.
O Teatro nasceu em Atenas, associado ao culto de Dionísio, deus do vinho e das festividades e destacou-se em dois géneros que perduraram: a tragédia e a comédia. Textos de Ésquilo, Sófocles e Eurípedes, fizeram história na tregádia e comediantes como Aristáfanes e Menandro destacaram-se pelos seus textos de comédia.

Em Portugal, Gil Vicente é considerado o fundador do teatro português, enquanto Almeida Garret surge como um dos expoentes da escrita e dramaturgia romântica.
Já no século XX encontram-se grandes nomes da literatura portuguesa a escrever para teatro, como é o caso de Júlio Dantas, Raúl Brandão e José Régio. No conturbado período de finais dos anos cinquenta e inícios dos anos sessenta, o contexto político fomentou uma nova literatura de intervenção, que se estendeu aos palcos através dos nomes como Bernardo Santareno, Luiz Francisco Rebello, José Cardoso Pires ou Luís de Sttau Monteiro, que produziram grandes e intensas obras.

A partir do 25 de Abril, apesar da sucessiva falta de apoios por parte dos Ministérios da Cultura, em Coimbra, como noutras cidades do país, tem havido uma renovação de grupos que têm criadocolectivos de teatro universitário, regional ou itinerante, independentes e que têm sobrevivido com as suas actividades. Falamos de grupos como o Teatro Universitário dos Estaudantes de Coimbra (TEUC) e o Centro de Iniciação Teatral da Universidade de Coimbra (CITAC), mas também A Ecola da Noite, O Teatrão e Os Bonifrates.
Apostanto em programações teatrais que vão desenvolvendo nos exíguos espaços que lhe são concedidos, estes grupos, têm permitido em Coimbra, comemorar o teatro como arte maior.

Festejemos então o Festival de Athena, deusa da sabedoria e da poesia.




sexta-feira, 21 de março de 2008

Dia Mundial da Árvore e Dia Mundial da Poesia


Árvores! Corações, almas que choram,
Almas iguais à minha, almas que imploram
Em vão remédio para tanta mágoa!

Árvores! Não choreis! Olhai e vêde:
- Também ando a gritar, morta de sede,
Pedindo a Deus a minha gota de água!

Forbela Espanca, Charneca em Flor

segunda-feira, 10 de março de 2008

Prós e Contras: Rei ou Presidente?

Esta segunda-feira, dia 10 de Março pelas 22.30 horas, o programa “Prós e Contras” da RTP1 será subordinado ao tema ”Monarquia e República”.

O debate moderado por Fatima Campos Ferreira terá entre outros oradores o Presidente da Causa Real, Paulo Teixeira Pinto e António Reis, Grão-Mestre do Grande Oriente Lusitano.

República ou Monarquia? Ética republicana ou ideais monárquicos? O que divide hoje os dois regimes? As experiências europeias. Fundamentos e valores políticos.
Estes e outros tópicos serão debatidos por Paulo Teixeira Pinto, António Reis, Medeiros Ferreira e um conjunto alargado de personalidades monárquicas e republicanas.

segunda-feira, 3 de março de 2008

AINDA A HOMENAGEM A AFONSO DUARTE

A ALTERNATIVA - Associação Cultural transcreve hoje aqui, com a devida vénia, três poesias dedicadas a Afonso Duarte. Os autores são nossos Amigos. As duas primeiras composições são devidas à inspiração de João de Castro Nunes e a última pertence a Júlio Correia. Obrigado a ambos, por terem querido partilhar connosco esta amostra do grande talento que lhes assiste.

“O que foi deles é meu”
Afonso Duarte


Em vão não foi, Poeta, que viveste
nas imediações de Montemor

frente a cujas muralhas escreveste
poemas como os quais não há melhor.


Não sei se vez alguma tu soubeste
que o denodado Cid Campeador
andou por esse solo onde quiseste
permanecer por arraigado amor.


Onde outros pela história se ilustraram,
como o autor da “Peregrinação”
e o bravo Rei que mal aconselharam,


tu, pelo dom da tua Poesia,
tiveste a dita de, nesse rincão,
lhes teres feito boa companhia!


João de Castro Nunes


Afonso Duarte

Embora sem cadeira na tribuna
do mundo literário teu coevo,
tens o direito a ter uma coluna
entre os poetas com algum relevo.


Se não figuras nas antologias
e nos compêndios de índole escolar,
o certo é que nas tuas poesias
se manifesta uma alma singular.


Sem definido rumo literário,
a tua poesia é mais que nada
um eco do teu génio libertário.


Na tua pátria voz amordaçada,
Ereira, a tua aldeia bem amada,
parte fará do nosso itinerário!


João de Castro Nunes




MEMENTO SINÓPTICO (*)
(a Afonso Duarte)


Poeta saudosista e do lirismo,
demarcou-se de Nobre e de Junqueiro
e, resoluto, entrou p’lo modernismo,
mantendo-se Poeta por inteiro!
E os jovens poetas, seus amigos
(tal como, no Soneto, ele pedia),
recusando o letargo e seus perigos,
não o deixam morrer, dão-lhe alegria!

Foi com árvores, com pedras e rios
que compôs toda a sua humanidade.
Amou a Poesia, sem desvios,
e, mesmo em tempos rudes e sombrios,
nunca escondeu a sua identidade.
E tinha muito orgulho na Ereira
- a sua Guernesey mártir, dorida –
que lhe mostrou a luz fria do inverno
e nunca, para ele, foi barreira,
mas, sim, a terra-Mãe, prenhe de vida,
em cujo ventre dorme o sono eterno!


*Cf. “Ilha dos Amores” Júlio Correia
“Diálogo com a Minha Terra”
“Soneto a jovens, meus amigos” (01.03.2008)

sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

HOMENAGEM A AFONSO DUARTE



Homenagem ao Poeta Afonso Duarte

A ALTERNATIVA – Associação Cultural, em colaboração com a Editorial Moura Pinto, irá homenagear o Poeta AFONSO DUARTE, nos próximos dias 5 e 8 de Março.

Assim, no dia 5 de Março (Quarta-Feira), a partir das 17h30m, decorrerá no Café Santa Cruz, em Coimbra, uma sessão evocativa da vida e da obra do Poeta. A alocução principal será proferida pelo Dr. Carlos Santarém de Andrade.

No dia 8 de Março (Sábado), a homenagem decorrerá na Ereira e em Montemor-o-Velho. A partir das 11h00 haverá uma concentração junto do busto do Poeta, na Ereira, seguida de uma visita ao cemitério local, junto da sepultura de Afonso Duarte. Seguir-se-á um almoço de confraternização (o prato principal será a famosa lampreia da Ereira), na "Tasquinha da Ereira", em Montemor-o-Velho.

IMPORTANTE - Pede-se aos Associados da ALTERNATIVA que nos informem (por mensagem electrónica para o endereço alternativa.acdsh@gmail.com ou através do telefone 916083846) da sua intenção de comparecer ao repasto, para que o serviço de restauração possa estar prevenido quanto ao número previsível de pessoas. As despesas correrão por conta de cada um.


Afonso Duarte nasceu a 1 de Janeiro de 1884, na aldeia da Ereira, freguesia de Verride, concelho de Montemor-o-Velho. Publicou, entre outros livros, Cancioneiro das Pedras (1912), Barros de Coimbra (1925), Os Sete Poemas Líricos (compilação da sua obra poética, inédita e publicada, 1929), Ossadas (1949), Sibila (1950), Canto de Babilónia (1952), Canto de Morte e Amor (1952) e Obra Poética (1.ª edição, 1956). Morreu em Coimbra, a 5 de Março de 1958, e foi sepultado no cemitério da Ereira.

"[Afonso Duarte] acompanharia em Coimbra sucessivas gerações de poetas, salientando-se, a partir de Ossadas (1947), como um dos melhores líricos actuais pela contenção descarnada com que dá, no drama de uma velhice, todo o drama de uma geração amordaçada (Obra Poética, 1956); os seus primeiros livros, afins do neo-romantismo saudosista, de resto tocados por certa tradição bucólica medievo-renascentista, foram reunidos em Os 7 Poemas Líricos, 1929; os seus volumes editados nos anos 50 inscrevem-se numa tradição aforística popular-bandarrista-vicentina e do Camões de Sobre os rios que vão…, e apresentam modulações do inicial panteísmo para um certo à-vontade prosaico, para uma certa religiosidade apocalíptica, mas numa constante fidelidade à materialidade pétrea ou óssea que sentiremos repercutir, tanto no Vitorino Nemésio, como no Carlos de Oliveira finais." (Óscar Lopes, in História da Literatura Portuguesa ).

Excerto do discurso proferido por Vitorino Nemésio no Castelo de Montemor-o-Velho no momento da inauguração da lápide onde está inscrita a quadra do poeta: Onde nasceu o Fernão Mendes Pinto?/Jorge de Montemor onde nasceu ? /A mesma terra, o mesmo céu que eu pinto, / Castelo velho, o que foi deles é meu.

Se não generalizo a partir duma possível consciência acomodada aos meus sentimentos e propósitos poderei dizer que todos aqueles que se juntaram em torno de Afonso Duarte para festejarem os seus cinquenta anos de poesia vieram, de coração puro e mente limpa, provar que ainda é possível, em íntima e viva liberdade – que é a que cada qual tira da própria boa fé e do respeito e amor aos outros – realizar a unanimidade portuguesa na admiração dum grande poeta em quem Poesia e Vida se uniram servindo de espelho a uma grande alma."
Vitorino Nemésio - Homenagem a Afonso Duarte (24 de Junho de 1956)

Depois dos depoimentos destas referências fundamentais da Cultura Portuguesa (que entenderam venerar AFONSO DUARTE) – e com todos estes anos de permeio – vamos agora nós provar que é também nosso o legado que foi admirado por um Vitorino Nemésio e por um Óscar Lopes. A ALTERNATIVA – Associação Cultural irá cumprir, uma vez mais, o escopo para que foi criada.